Recordando o Passado
Nas décadas de 70 e 80, quando as ruas de Paraty exalavam o perfume do mar e a história se misturava com o presente, havia um personagem querido por todos: João Padre, o vendedor de cocadas caseiras.
Em seu modesto carrinho de madeira, adornado com pneus de bicicleta e portinhas com vidro transparente, João encantava moradores e visitantes com suas delícias açucaradas. Seus sabores iam desde a tradicional cocada de leite condensado até uma especialidade única: a cocada de gengibre, sua receita mais famosa e apreciada.
As cocadas de João Padre não eram apenas doces; eram uma experiência sensorial que despertava memórias e emoções. Cada mordida era um mergulho no passado, uma lembrança de festas em família e tardes preguiçosas à beira-mar. Sua cocada de gengibre, em particular, era uma verdadeira obra-prima culinária. Feita com pedaços suculentos de gengibre fresco, combinava o doce e o picante de uma forma que conquistava até os paladares mais exigentes.
Além do sabor inigualável de suas cocadas, João Padre também era conhecido por sua personalidade cativante. Com seu sorriso generoso e seu jeito simples, ele conquistava todos que cruzavam seu caminho. Não era raro ver crianças correndo em sua direção, ansiosas por uma iguaria e um momento para conversar com o simpático vendedor. Para os mais velhos, João era um elo com o passado, uma memória viva dos dias mais simples e felizes de Paraty.
A figura de João Padre era mais do que um simples vendedor de rua; ele era um símbolo da autenticidade e tradição de Paraty. Enquanto caminhava pelas ruas de paralelepípedos da cidade histórica, o tilintar das sinetas de sua carreta soava como uma melodia, anunciando a chegada das tão esperadas cocadas.
Para muitos, encontrar João Padre significava uma pausa na correria da vida cotidiana, uma oportunidade para saborear um pedaço do passado em meio às ruas de pedra entre casarões coloniais. Um viva ao passado, um viva a história e cultura caiçara de Paraty!🫴🏼🍃🏘️
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